CRONOS E A BOCARRA

Cronos, de Goya.
O sino toca à igreja.
O coração se debate.
Remói-se em digestão
o que se ama,
e morde-se 
à exaustação
a porcelana 
da pele jovial
de Ana Josefa –
a menina que se julgou santa.

E o tempo
corrói e quebra
com um abraço
e um beijo frio,
ácido,
os dentes do sorriso
franco e meigo
da beleza pura
da caveira.

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