O VÁCUO
Nada mais incompreensível
Que o vácuo
E sua inexistência
Em cujo vórtice
O sentido se extermina
E a dor nos estraçalha
O ar escapa
O vácuo
O silêncio mais perfeito
Muito mais que rarefeito
É a sublime criação
Que destrói
E junta os pedaços
Para renovar
Pena que nos apeguemos
À passageira matéria
E prendamos nossos pés ao chão
Pena que o silêncio seja renegado
Mas invada quando surge a solidão
O desespero é a tônica indigesta
De um homem que quer se entender
Mas no final de tudo
O começo do avesso
O mundo diz: te ofereço,
Viva a tua condição!
...de finitude, pobreza e mortalidade.
Aí depois
Depois do vácuo
Depois do fechar das vistas
Não-sei.
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