NAVEGO-ME
O corpo em que habito sente fome.
As partes que me formam se acomodam
Nos gozos de outrora - que me podam
As forças e asperezas do ser-home.
Lágrimas que jorram sem-um-rumo;
Os partos não ocorrem sem a dor.
Se nasço e se morro, perco o prumo;
Sou o desequilíbrio e o torpor.
Mas, morte-minha, mestra, carinhosa
Acalante-me e embale na frieza,
No eu-frio, que renego, a torpeza.
Sou a carne, sou a casa e sou mais,
Se perco ou se saio, tanto faz:
Navego-me somente em verso e glosa.
As partes que me formam se acomodam
Nos gozos de outrora - que me podam
As forças e asperezas do ser-home.
Lágrimas que jorram sem-um-rumo;
Os partos não ocorrem sem a dor.
Se nasço e se morro, perco o prumo;
Sou o desequilíbrio e o torpor.
Mas, morte-minha, mestra, carinhosa
Acalante-me e embale na frieza,
No eu-frio, que renego, a torpeza.
Sou a carne, sou a casa e sou mais,
Se perco ou se saio, tanto faz:
Navego-me somente em verso e glosa.
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