VOZES ALHEIAS
De quando em quando, há apartação
Do que se diz para o que se quer;
Saem palavras sem laço qualquer;
Foge o sinal que faz a ligação.
Joga-se letras que soam estranhas,
Como se nunca as tivesse pensado;
E doem fundo, ao ser renegado
Este restolho das próprias entranhas.
Eu os sou mesmo: estes falatórios!
Por mais que negue e que deles fuja,
Nem que em mim haja inquisitórios
Renegadores da verdade suja.
No paradoxo, no rosto avesso,
Faço-me homem desde meu começo.
Do que se diz para o que se quer;
Saem palavras sem laço qualquer;
Foge o sinal que faz a ligação.
Joga-se letras que soam estranhas,
Como se nunca as tivesse pensado;
E doem fundo, ao ser renegado
Este restolho das próprias entranhas.
Eu os sou mesmo: estes falatórios!
Por mais que negue e que deles fuja,
Nem que em mim haja inquisitórios
Renegadores da verdade suja.
No paradoxo, no rosto avesso,
Faço-me homem desde meu começo.
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