SOU A POESIA NÃO ESCRITA

Sou a poesia que escrevo
E dedico à morte
Com a sorte
De um que, decerto
Não sabe a palavra que é.

Sou a mentira contada poesia
Os cantares de ufania
De alguém, qualquer
Um ninguém
Cantando o que não é.

Sou o verso de minhas notas
Faço-me ponto e linha
Conto causos e anedotas
Rio, choro e me debruço
Sobre meu desejo de ser.

Sou a voz que clama
O espelho na lama
O sopro na chama
O grito na cama
Sou o que ama
Mais do que diz
Mais do que quer.

Sou poesia não escrita
E o que já (d)escrevi
Desconstruo.

Sobral, 05.11.13

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