AS CALÇADAS
Se as calçadas do interior falassem...
As histórias que por ali passam
As famílias que por ali se reúnem...
Um templo da temporalidade.
A calçada da casa de meus avós
Que já mudou tanto
Tem livros e livros ditados
Ela sabe de cor contar todos
Sabe de quando Manuel traiu Zeferina
Da queda que Joaquim levou da moto
Até das antigas paródias de eleição.
Naquela calçada
Já me sentei
Deitei
Armaram tucuns
Brincamos de carrinho
Amolou-se foice
Secou-se o feijão
Caiu Nonato bêbado
Sentou Netinho com a namorada.
Naquela calçada
De cimento frio
E quente aos meios-dias
Já chorou Mariana pela morte de João
E já chacotearam com os vizinhos
Mas também colocaram a imagem de devoção.
Recordo-me
Quando mais pequeno era
Que a calçada foi reformada
E vi seus pedaços antigos
Ao chão jogados
Tingidos de vermelho
Desgastados
Era como ler um livro
Contaram-me aqueles pedaços
Histórias mil.
Quantos livros mais não estão em tantas calçadas?
... A procura de alguém que os leia.
As histórias que por ali passam
As famílias que por ali se reúnem...
Um templo da temporalidade.
A calçada da casa de meus avós
Que já mudou tanto
Tem livros e livros ditados
Ela sabe de cor contar todos
Sabe de quando Manuel traiu Zeferina
Da queda que Joaquim levou da moto
Até das antigas paródias de eleição.
Naquela calçada
Já me sentei
Deitei
Armaram tucuns
Brincamos de carrinho
Amolou-se foice
Secou-se o feijão
Caiu Nonato bêbado
Sentou Netinho com a namorada.
Naquela calçada
De cimento frio
E quente aos meios-dias
Já chorou Mariana pela morte de João
E já chacotearam com os vizinhos
Mas também colocaram a imagem de devoção.
Recordo-me
Quando mais pequeno era
Que a calçada foi reformada
E vi seus pedaços antigos
Ao chão jogados
Tingidos de vermelho
Desgastados
Era como ler um livro
Contaram-me aqueles pedaços
Histórias mil.
Quantos livros mais não estão em tantas calçadas?
... A procura de alguém que os leia.
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