CONTRADITO
Bem dizia um velho que achei jogado na calçada da igreja duma sé qualquer:
Morrerei com a dignidade dos pés descalços e da longa barba branca.
Não me adianta, ora mais, viver para o que os outros vão pensar.
Sendo louco, alienado, pouco importa dar esclarecimentos à vaidade.
Mas meu amigo não concreto tinha uma única vaidade, embora não admitisse:
A de olhar seus próprios pés incessantemente, sujos e rachados.
O que nos outros gerava asco, dele era orgulho, símbolo da abnegação da vida perdida.
Queria ser tão diferente e tão melhor, que sair da lógica alheia era o caminho certo.
Loucos negam as ilusões dessa vida.
Morrerei com a dignidade dos pés descalços e da longa barba branca.
Não me adianta, ora mais, viver para o que os outros vão pensar.
Sendo louco, alienado, pouco importa dar esclarecimentos à vaidade.
Mas meu amigo não concreto tinha uma única vaidade, embora não admitisse:
A de olhar seus próprios pés incessantemente, sujos e rachados.
O que nos outros gerava asco, dele era orgulho, símbolo da abnegação da vida perdida.
Queria ser tão diferente e tão melhor, que sair da lógica alheia era o caminho certo.
Loucos negam as ilusões dessa vida.
Comentários
Postar um comentário