PERDERA A HONRA E O QUE NÃO TEVE

Palhaço bêbado, de Francisco Eduardo.
Nada demais
Nem de menos
Somente o que não veio
E nem virá, pelo que sei
Mas esperei por ela
E não me correspondera
Sem eira, beira, dane-se!
Revoltei-me pela negação
Ao que tanto orei pedindo
Mendigo de Deus!
Ajoelhei-me, então, ao álcool
Até o brega me agradou
Ridicularizei-me nas calçadas
A lama podre me afundou
Perdi-me 
Com a perda do que não tive
E, já agora, nunca mais terei
Pois quis ter mais
Medindo-me pelo menos
Pelo mais me desequilibrei
Só a lama em que jazo
É onde me equilibro
Com a ausência de ar
Nem mais
Nem menos.

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