IGNOMÍNIA
Pensava-me tão sábio.
Sequer sabia, contudo,
Que o absoluto me furava,
Trespassava ferinamente
Minha alma de andante.
Pensava-me tão sábio.
Julgava-me livre;
Que as escolhas dadas
Eram todas, quase, minhas;
Mas não escolhi viver.
Pensava-me tão sábio.
E não pensava
Nalgum dia vir sofrer;
E que a dor ensinaria,
Mais que tudo, que não sei.
Pensava-me tão sábio.
E fui tolo ao me enganar...
Todos os dias passaram
E julguei que iriam durar.
Foi tão pouco e eu também.
Sequer sabia, contudo,
Que o absoluto me furava,
Trespassava ferinamente
Minha alma de andante.
Pensava-me tão sábio.
Julgava-me livre;
Que as escolhas dadas
Eram todas, quase, minhas;
Mas não escolhi viver.
Pensava-me tão sábio.
E não pensava
Nalgum dia vir sofrer;
E que a dor ensinaria,
Mais que tudo, que não sei.
Pensava-me tão sábio.
E fui tolo ao me enganar...
Todos os dias passaram
E julguei que iriam durar.
Foi tão pouco e eu também.
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