BASTARDO

Terras, escutem meu grito!
Que agora eu vou cantar
Eu venho do pó e do chão
Eu venho do lado de lá.

Eu sou mais que a terra
Eu sou mais que o ar
Criei-me do nada
Sou filho do que virá.

Eu sou filho do sangue
Viajante de outro lugar
Um fruto perdido da relva
Menino perdido sem lar.

Eu sou filho do canto
De poesia sem fim
Do poeta que se findou
Ficou ele cá em mim.

Eu sou filho das leis
Apagadas na pedra de outrora
Sou filho da passagem
Só o tempo é que me devora.

Bastardo,
Bastardo,
Sozinho no mundo afora.

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