A GABRIELA DO CABELO CRESPO

Na adolescência, a revolta começara. Estava tudo errado! Sua aparência, sobretudo! Repleta de espinhas, e ainda com o crespo e arrepiado cabelo, que mal permitia o uso de piranhas, nem das grandes... Como encarar a turma da mangação da escola? Dava mais vontade era de se isolar. “O que os meninos vão ver em mim?”. Gabriela se atormentara por tanto tempo... Afinal, é ruim não se encaixar num modelo de beleza preestabelecido; é péssimo ter medo do que os outros vão dizer, do que vão pensar. Queria ela chamar a atenção por outras razões; senão, trancar-se-ia.

O tempo passou. O mundo girou. A menina cresceu, e mudou. Talvez nem tanto, mas mudou um bocado. O cabelo até que baixou um pouco. Mas, uma vez rebelde, sempre rebelde, acredito que este seja lema dos cabelos. E sabe duma coisa, ela nem liga mais. Aprendeu a ser capaz de pensar para além das expectativas alheias.

Comentários

Postagens mais visitadas