ALTO PREÇO DO PROGRESSO...
Aquela água barrenta
Do rio, no baixio calmo,
Traz saudades à minh’alma,
De tempos em que podíamos
Nadar tranquilos,
Sem nojo de esgoto,
Sem temer cortar-se com o lixo.
Aquele serrote nublado,
Outrora era habitado
Pelo canto dos pássaros silvestres.
Agora, só restam pedras,
E uma fina relva...
Fora tudo queimado!
Silêncio carpido...
Dolorido...
Aquelas matas,
Onde corri quando moleque
E escondia-me do mundo
Brincando em meio às folhagens,
Agora dão vez a um deserto só.
Onde havia árvores, há pasto.
Onde havia vida abundante,
Há vida tímida, presa, domada.
Há destruição e dor.
E o pior:
Destruída nossa mãe,
Os pequenos continuam pequenos,
Os oprimidos continuam oprimidos.
O “progresso” é só dos grandes!
E o ônus é o presente
...Para aqueles que sobram.
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