UMA OFERENDA DE AMOR

Fiz uma oferenda ao encantado,
Para a vida presente e futura.
Entreguei os desenganos e calos,
De ambições pobres, infecundas. 

O encantando era o rio que corria,
Dia e noite, sem parar, água pura...
Uma torrente de vida, do batismo,
Senti ao cair nas turvas profundas.

Abracei-me com aquele tal mar.
Mar era eu, que me perdia por lá.
Senti tudo no instante se misturar.
Lavando e dando a clara certeza...

A certeza foi de que, corresse ou não,
A vida seria sempre uma cara ocasião.
Para fazer, prementemente, o correto,
Pelo Deus que está nos irmãos.

É um fazer amor concreto
Sem olhar mesmo a quem,
Seja o pássaro ou o riacho,
Seja o travessia dum outrem.

(Pintura: Oferenda, do pernambucano Fábio Luna)

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